Planetas terrestres na pertíssima estrela Alfa do Centauro A?

Uma das estrelas mais próximas de nós é Alpha Centauri A. É uma estrela do tipo G2, sendo assim bastante semelhante ao Sol.
Até agora, não se descobriram quaisquer planetas a orbitar esta estrela.
No entanto, uma nova técnica indica que esta irmã próxima do Sol poderá conter planetas terrestres, relativamente semelhantes à Terra.

Astrónomos da Universidade do Texas em Austin utilizaram a técnica das “impressões estelares” (stellar fingerprinting) para tentar saber quais estrelas poderão ter mais probabilidades de ter planetas como a Terra.
E o resultado deu que Alpha Centauri A, a segunda estrela mais próxima de nós, a pouco mais que 4 anos-luz, é uma das estrelas com mais probabilidades de ter um planeta rochoso do tipo terrestre.

A técnica baseia-se no facto que as observações dos últimos anos indicam que estrelas com planetas na sua órbita são mais “anémicas” – com alguma falta de ferro -, porque algum ferro em vez de cair na estrela, condensou-se nos planetas rochosos e asteróides.
Mesmo um planeta poucas vezes mais massivo que a Terra deixará a estrela quimicamente deficitária de ferro.

Sabendo disto, Ivan Ramirez estudou a composição química de 11 estrelas parecidas com o Sol. Duas dessas estrelas são deficitárias em ferro, dando a entender que terão planetas rochosos ao seu redor.
Uma dessas estrelas é a Alpha Centauri A, que está bastante próxima de nós, e que é bastante parecida com o Sol (em temperatura, tipo espectral, idade, e abundância de ferro).
Assim, ele conclui que esta estrela poderá ter 1 ou 2 planetas terrestres na sua órbita.

Obviamente que isto são somente inferências, baseadas em evidências indirectas.
Neste momento, ainda não se descobriu qualquer planeta ao redor de Alpha Centauri A. Mas este estudo promete dar que falar…

9 comentários

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  1. Já encontramos planetas pequenos ao redor de estrelas bem mais distantes… É plausível a chance de planetas em estrelas da vizinhança ainda despercebidos de nossos instrumentos?

    1. Sim. Por exemplo, da nossa visão, eles podem não ficar alinhados com a estrela repetidamente (trânsitos). Nesse caso, a missão Kepler não os via, por exemplo 😉

        • Renato Romão on 05/10/2012 at 20:00

        Quer dizer que para uma correcta/perfeita observação é necessário rastrear uma estrela durante vários trânsitos?
        Deste modo, poderá demorar várias gerações humanas, em alguns casos?

      1. No caso do método dos trânsitos, sim.
        E mesmo nos outros métodos, é preciso re-confirmar-se a órbita.

        Essa é a razão de se encontrarem planetas com órbitas curtas. Porque dá tempo para se ver várias órbitas. 😉

        abraços!

  2. Pandora (Avatar), aqui vamos nós…!!!

    Abraços

  3. Surgiu uma dúvida sobre coisas que por ai já li (sou muito leigo) :

    Tem ai na internet um texto (frase) dizendo que ” .. provavelmente os átomos de ferro que estão no meu braço direito vieram de uma estrela e os do esquerdo de outra estrela “… de quando esta explodiu em supernova e estes átomos aqui chegaram, e todo o processo até aqui.

    Somando a isto, já li também que o SOL não conseguiria gerar átomos de ferro, portanto os átomos de ferro que existem em meu corpo, não vieram do Sistema Solar.

    Uma estrela como o SOL não tem apenas hidrogenio e hélio ?
    Pois, existe ferro nas estrelas ou este surge em supernovas ?

    Desculpe a ignorância, são apenas dúvidas de alguém sem muito conhecimento.

    1. Todos os seus átomos vieram provavelmente de sítios muito diferentes no Universo, e já fizeram certamente parte de estrelas, planetas, nebulosas, luas, etc… e agora juntaram-se para fazer parte de si 😉
      Quando morrer, os seus átomos irão novamente fazer parte do planeta, da Lua, de outros planetas, etc 😉

      O Sol é uma estrela pouco massiva.
      Mas estrelas massivas conseguem, antes de “explodirem” (na verdade é o núcleo que implode) como supernovas, produzir ferro. É o elemento mais pesado que conseguem produzir. Depois disso, com a explosão de supernova, esse ferro é espalhado pelo Universo (e vai fazer parte da composição de vários objectos, incluindo as nuvens moleculares onde estrelas como o Sol depois nascem).
      Esses elementos depois existirão nas estrelas que se formarem, mas em muita pouca quantidade. Veja a composição química do Sol:
      http://chemistry.about.com/b/2010/06/15/chemical-composition-of-the-sun.htm
      http://en.wikipedia.org/wiki/Sun#Chemical_composition

      Durante a supernova, são produzidos os outros elementos da tabela periódica mais pesados que o ferro. 😉

      abraços!

      1. Outra coisa, outro dia fiquei intrigado com o que um amigo que é crente (ele crê que existam deuses a nos observar e ditar os acontecimentos do universo), disse que o que mata as estrelas é o FERRO. Tem isto algum sentido ?

        ps. acredito que ele tenha visto isto na televisão, já que ele pouco consome de internet.

      2. Como disse em cima, o ferro é o elemento mais pesado que as estrelas massivas conseguem produzir.
        O ferro é já pesado o suficiente para as estrelas não terem “força” (na verdade, é pressão e temperatura) para fundi-lo e transformá-lo no próximo elemento pesado. Não é o ferro que as mata; mas sim as estrelas que não têm mais “força”.
        Quem tem essa força, é a explosão subsequente de supernova… que ela sim, vai criar os outros elementos.

        abraços

  1. […] água), Kepler-186f, HD 189733b, KOI-500, KOI-961, KOI-172.02. KOI 463.01, KOI 812.03 e KOI 854.01. Alfa do Centauro A, Alfa Centauri B (aqui, aqui e aqui). Quinteto. PH1. HD 189733b. HD 132563. HD 85512b, HD 10180, HD […]

  2. […] Alfa do Centauro (ou Rigil Kentaurus, ou Alpha Centauri) é um sistema binário (possivelmente múltiplo se incluirmos Proxima Centauri) formado por 2 estrelas, uma das quais é bastante parecida com o Sol, tanto em tamanho, quanto tipo espectral e em abundância de ferro. Além disso, também é o sistema estelar mais próximo do Sol. Até hoje, não foi confirmada a presença de nenhum planeta nesse sistema, mas uma nova técnica pretende estudar ainda mais profundamente o sistema em busca por planetas rochosos (parecidos com a Terra). Mais informações no AstroPT. […]

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