Os astrónomos utilizaram três telescópios nos observatórios do ESO, no Chile, para observar o planeta anão Makemake, no momento em que este passou em frente a uma estrela distante, bloqueando assim a radiação emitida pela estrela.
As novas observações permitiram verificar pela primeira vez se o planeta se encontra rodeado por uma atmosfera.
Este mundo frígido tem uma órbita que o leva ao Sistema Solar exterior e pensava-se que teria uma atmosfera como a de Plutão. No entanto, verificou-se agora que tal não é o caso.
Os cientistas mediram também pela primeira vez a densidade de Makemake.
Os novos resultados serão publicados na revista Nature a 22 de novembro de 2012.
O planeta-anão Makemake tem cerca de dois terços do tamanho de Plutão e viaja à volta do Sol numa órbita distante, que se situa para lá de Plutão, mas mais próximo do Sol do que Éris, o planeta anão de maior massa conhecido no Sistema Solar. Observações anteriores do gélido Makemake mostraram que este corpo é similar aos outros planetas-anões seus companheiros, o que levou os astrónomos a pensar que possuiria uma atmosfera semelhante à de Plutão. No entanto, este novo estudo mostra que, tal como Éris, Makemake não se encontra rodeado por uma atmosfera significativa.
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“Quando Makemake passou em frente da estrela, a radiação emitida por esta foi bloqueada, a estrela desapareceu e apareceu muito abruptamente, em vez de ir desaparecendo lentamente e depois indo-se tornando gradualmente mais brilhante. Isto significa que o pequeno planeta anão não tem uma atmosfera significativa,” diz José Luis Ortiz.
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A falta de luas do Makemake e a grande distância a que se encontra de nós, tornam-no difícil de estudar, por isso o pouco que sabemos dele é apenas aproximado. As novas observações da equipa acrescentam muito mais detalhes ao nosso conhecimento deste objeto – determinando o seu tamanho de forma mais precisa, impondo limites a uma possível atmosfera e estimando a densidade do planeta anão pela primeira vez. Os dados permitiram igualmente medir qual a quantidade de luz solar que é refletida pela superfície do planeta – o seu albedo. O albedo de Makemake é cerca de 0.77, comparável ao de neve suja, maior que o de Plutão, mas menor que o do Éris.
Conseguiu-se observar Makemake com tanto pormenor, apenas porque este passou em frente de uma estrela – um fenómeno conhecido como uma ocultação estelar. Estas oportunidades raras permitem aos astrónomos descobrir imenso sobre as atmosferas, muitas vezes ténues e delicadas, que se encontram em torno destes distantes mas importantes membros do Sistema Solar e fornecem informações precisas sobre as suas outras propriedades.
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Leiam o artigo completo, na página do ESO.
3 comentários
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Interessantíssimo. Obrigado pelas informações.
Só achei que o planeta na imagem artística está muito claro por estar tãão loonge do Sol. Ele deve ser mais escuro né?
Abraços
Author
Tem razão.
A não ser que o flash seja muito bom 😀
E que flash!!! hehehe
Ou vai ver o planeta está virando um Sol…..hehe
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