Como sabem, em Julho passado foi descoberto o Bosão de Higgs.
No entanto, na altura ainda havia incertezas sobre se era realmente o “Higgs” – com todas as características inerentes – ou um familiar dele, parecido com ele.
Como nos explica o Manuel Rosa Martins, neste artigo, o Bosão de Higgs está agora “confirmado com um Sigma superior a 7”, tendo sido determinado que tem “todas as características do bosão de Higgs do modelo-padrão, com spin zero e paridade zero (é a sua própria antí-partícula, é o seu próprio espelho), se bem que ainda sob confirmação total destas 2 características (por exclusão de partes dos decaimentos observados só pode ter spin zero e paridade zero)”.
Ou seja, em Julho não se tinha ainda a certeza se era o Bosão de Higgs.
Nos últimos 9 meses, continuou-se a estudar, a experimentar e a testar.
Gradualmente foi-se tendo mais dados e mais características daquilo que foi descoberto.
E ao fim de inúmeras experiências, cada vez tem-se mais certezas que realmente é o Bosão de Higgs.
O “sigma” é o nível de confiança que temos para afirmar algo. Para termos mais confiança nos resultados, obviamente que temos que ver cada vez mais características nos resultados.
Neste caso, o que se tem vindo a descobrir é que temos cada vez uma maior certeza que o resultado encontrado tem as características que tínhamos previsto para aquilo que se convencionou chamar de Bosão de Higgs.
Ou seja, os físicos estão cada vez mais convencidos, ao verem gradualmente mais características daquilo que descobriram, que realmente era o Bosão de Higgs.
Não se pode ter uma certeza a 100%, porque essa não existe em previsões científicas, como foi explicado neste artigo, mas já se pode dizer que se tem uma elevada certeza de que realmente estamos na presença do famoso Bosão de Higgs.
Isto é fantástico!
Esta descoberta é excelente! Porque se descobriu o que se andava à procura há mais de 50 anos. A teoria estava certa! Abra-se o champanhe!!!
Por outro lado, é uma desilusão, porque afinal não se vê nada de novo. É que ao contrário do que se pensa, na ciência, os cientistas ficam muito mais contentes quando se enganam e descobrem algo completamente novo, porque abre novas avenidas de investigação. Esses são os momentos “that’s funny” (em vez dos “Eureka!”).
Também quero realçar esta parte no post do Manuel, que me parece extremamente importante nesta descoberta científica:
“Ao se descobrir o mecanismo gerador da Massa, pelo menos dentro da QED (Quantum Electrodynamics) – a Teoria do campo-força do electromagnetismo -, até à décima sétima casa decimal… pura e simplesmente atingiu-se o maior grau de precisão duma qualquer teoria da História da Humanidade.”
Leiam o comunicado de imprensa, aqui.
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