Equipe Liderada por Brasileiros Descobre Nova Estrela Similar ao Sol

Uma equipe composta por astrônomos brasileiros, peruanos e japoneses da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade de São Paulo (USP); e do National Astronomical Observatory of Japan (NAOJ), anunciou, na última semana, a descoberta de uma estrela que possui massa e composição química similar ao Sol (tinha-se descoberto, anteriormente, por um dos próprios pesquisadores desse novo estudo, uma estrela “gêmea” mais nova – ver artigos, em ordem cronológica, aqui e aqui) que auxiliará no entendimento fenomenológico da nossa estrela e, de um modo geral, da evolução estelar.

Denominada CoRoT Sol 1 (ID 102684698), a estrela recém-descoberta está situada na constelação do Unicórnio (2.700 anos-luz). Devido à sua idade (6,7 bilhões de anos), possui 200 vezes menos brilho que gêmeas solares (mais jovens) já conhecidas. De acordo com os dados obtidos pelo satélite CoRoT, a estrela “gêmea” do Sol possui um período de rotação de 29 ± 5 dias (o Sol, por exemplo, possui período de, aproximadamente, 25 dias no equador e 36 dias nos pólos; nas zonas de convecção, o período é de, aproximadamente, 27 ± 2 dias).

Representação artística de CoRoT Sol 1. Abaixo, no eixo, a cronologia da evolução do Sol e de CoRoT Sol 1 baseado em dados do telescópio Subaru e da missão espacial CoRoT. A ilustração indica como a descoberta de CoRoT Sol 1 vai melhorar muito a nossa compreensão da evolução do Sol e permitir aos astrônomos testar as atuais teorias da evolução estelar e solar, em uma estrela gêmea Solar evoluída e observada. (Crédito: do Nascimento et al.)

Representação artística de CoRoT Sol 1. Abaixo, no eixo, a cronologia da evolução do Sol e de CoRoT Sol 1 baseado em dados do telescópio Subaru e da missão espacial CoRoT (Convection, Rotation and planetary Transits). A ilustração gráfica mostra como a estrela recém-descoberta auxiliará os astrônomos acerca da compreensão da evolução do Sol e a testar os atuais modelos da evolução estelar e solar em uma estrela gêmea Solar observada e mais evoluída. (crédito: Nascimento et al.)

Entretanto, como gêmeas estelares solares apresentam baixa luminosidade, a equipe liderada pelo Prof. Dr. Nascimento, selecionando as melhores candidatas às gêmeas solares dentro do intervalo de períodos de rotação, utilizou-se do HDS (espectrógrafo de alta dispersão) do telescópio japonês Subaru, que permitiu analisar 3 das melhores candidatas à gêmea solar. Dada a grande capacidade do Subaru – no espalhamento da luz estelar em diversas cores constituintes -, a equipe pôde, através do espectros obtidos a partir da luz emitida, concluir que se tratava de uma autêntica gêmea solar, porém, com abundância química um pouco diferente do Sol. O elemento lítio (Li), por exemplo, apresenta-se em menor quantidade na estrela CoRoT Sol 1 – já que o lítio-7 diminui à medida que a estrela evolui, devido ao fato que, no núcleo, ocorre a reação das cadeias próton-próton (na cadeia PP II, um berílio-7 captura um elétron para formar um lítio-7 e um neutrino; posteriormente, o lítio-7 combina-se a um dos três prótons resultantes para formar dois átomos de hélio-4):

        […]    7Be + e  ——>  7Li + n      […]         

         

[…]    7Li + 1H ——> 4He + 4He   […]

 

Sobreposição de Li

Abundância de lítio dos gêmeos solares com sobreposição à diminuição deste ao longo da trilha evolutiva em função da temperatura efetiva. (crédito: Nascimento et al.)

Para ler o artigo científico sobre o estudo fenomenológico da evolução solar a partir desta descoberta, clique aqui.

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  1. […] e Importância. Hiper-velocidades. 84 milhões de estrelas. Similar ao Sol: HIP 102152, CoRoT Sol 1, HIP 56948, HIP 56948, 18 […]

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