Representação artística de uma colisão entre asteróides.
Crédito: NASA/JPL-Caltech.
Astrónomos americanos usaram dados obtidos pelo observatório espacial WISE para desenharem uma nova e melhorada árvore genealógica dos objectos que povoam a Cintura de Asteróides. A equipa de investigadores liderada por Joseph Masiero do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, analisou milhões de imagens obtidas na banda do infravermelho médio para determinar o diâmetro e o albedo de 112.286 asteróides, cerca de um terço dos mais de 600 mil objectos catalogados na região entre as órbitas de Marte e de Júpiter. Ao combinarem esses parâmetros físicos com os respectivos parâmetros orbitais, a equipa associou 38.298 asteróides a 76 famílias diferentes, 28 das quais nunca antes identificadas.
Gráficos de distribuição dos membros das 76 famílias identificadas (esquerda) e de todos os objectos analisados (direita), de acordo com a inclinação orbital (em graus) e o semi-eixo maior da respectiva órbita (em UA). As cores representam os diferentes albedos (escala à direita).
Crédito: Joseph Massiero e colegas/adaptado por Sérgio Paulino.
Gráficos de distribuição dos membros das 76 famílias identificadas (esquerda) e de todos os objectos analisados (direita), de acordo com a excentricidade orbital e o semi-eixo maior da respectiva órbita (em UA). As cores representam os diferentes albedos (escala à direita).
As famílias de asteróides são geradas pela colisão de dois objectos de grandes dimensões. Alguns destes eventos rasgam grandes crateras, como as bacias de impacto Rheasilvia e Veneneia no hemisfério sul de Vesta, por exemplo. Outras colisões são catastróficas e despedaçam os objectos envolvidos em numerosos fragmentos, como é o caso dos membros da família Eos.
Os objectos forjados por estes acontecimentos tendem a viajar em trajectórias semelhantes, que se vão afastando gradualmente ao longo do tempo. Alguns pedaços acabam em órbitas instáveis que os desviam para perigosas incursões no Sistema Solar interior. Muitos destes objectos vêm mais tarde a engrossar as populações de asteróides próximos da Terra. Com este novo trabalho, os cientistas dispõem de uma nova ferramenta para traçar as rotas de migração destes fragmentos exilados, desde a sua origem na Cintura de Asteróides.
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