A Skeptic publicou um artigo muito interessante de Michael Shermer sobre a personalidade de Steve Jobs.
Steve Jobs era extremamente otimista e acreditava piamente na criação da realidade: aquilo que ele gostava que passasse a existir, então obsessivamente fazia com que isso se tornasse realidade. Mais do que se convencer a si próprio de que as coisas acabariam por acontecer se fizesse por elas, ele também conseguia ser muito intenso e convencer do mesmo todos aqueles que o rodeavam. Por mais irrealista que fosse o objectivo, tanto ele como os seus seguidores acreditavam piamente que iriam conseguir atingir o objectivo.
Ele criava um “reality distortion field“, um campo de distorção da realidade, em que através do poder da mente ele criava a sua própria realidade.
Foi devido a este seu poder de distorcer a realidade, de modo a fazer dos sonhos a realidade, que hoje temos parte do mundo tecnológico à nossa volta. Steve Jobs revolucionou o mundo.
Devido a esta sua mentalidade incrivelmente otimista e ao seu poder de persuasão (de fazer os outros acreditarem nele), Steve Jobs teve um enorme sucesso e mudou o mundo.
Mas nem sempre este tipo de personalidade é positivo. Por exemplo, quando se pensa em coisas que são absolutamente impossíveis de conseguir só por se querer muito. Neste caso, a pessoa não consegue objectivamente perceber que ao seguir um caminho está num beco sem saída, porque otimisticamente acredita que consegue ultrapassar tudo.
E, no final, também foi isto que aconteceu a Steve Jobs.
Quando lhe foi diagnosticado cancro, Jobs utilizou a mesma táctica: ele queria que as ditas técnicas alternativas funcionassem. Na sua ideia, se ele queria muito isso, então isso iria acontecer. Então, em vez de ser imediatamente operado por médicos especializados, preferiu dietas, “limpezas”, acupunctura, homeopatia, ser vegetariano, e até, como ele próprio admitiu, vários tratamentos que encontrou na internet. Chegou mesmo a consultar um auto-intitulado psíquico. Nenhum dos tratamentos alternativos funcionou, por mais que ele acreditasse que iria funcionar. O seu otimismo fez com que se enganasse a si próprio. E devido a isto, ele morreu.
Já escrevemos sobre Steve Jobs ter morrido devido ao tempo que passou com tratamentos alternativos, neste post.
Como o próprio Steve Jobs disse, com arrependimento, numa entrevista antes de morrer: “Eu não queria fazer uma operação em que me abrissem o meu corpo para remover o tumor, por isso tentei outros tratamentos para ver se funcionavam”.
Ou seja, a sua personalidade excessivamente otimista contribuiu para o seu sucesso, mas também para a sua morte.
Como Michael Shermer diz: “A realidade tem que ter um papel superior ao otimismo excessivo, porque a verdade que nos é dada pela natureza não pode ser distorcida”.
Por mais fé que se tenha em algo, a realidade está sempre acima da crença.
Leiam todo o artigo, aqui.
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Nós por cá, também tínhamos um ministro das finanças com uma atitude idêntica, mas em vez dele foi o país que ficou muito mais doente.
Caso para dizer: “Steve, No Jobs!”
Live fast, die not old, have a stinking corps 😛
[…] – Steve Jobs é somente um famoso que morreu devido a tratamentos alternativos. Diariamente há pessoas que […]
[…] Peter Popoff. Televisão Alternativa. Cura Alternativa. Terapias Alternativas. Não-Medicina. Steve Jobs. Movimento Anti-Vacinação (fraude). Graviola (cancro, comentários). Aqua Detox, Hidrolinfa. […]
[…] (crenças) em puras tretas que são criadas para as enganar. É um crime quando essas tretas levam à morte das pessoas. É uma vergonha que os jornalistas e a comunicação social promovam essas vigarices e com isso […]