SDO: Ano 3
Missão: Solar Dynamic Observatory
Ciência: Heliofísica.
No dia 11 de Fevereiro de 2010, a NASA lançou um observatório solar sem precedentes para o espaço. O Solar Dynamics Observatory (SDO) voou num foguete Atlas V, transportando instrumentos que os cientistas esperavam vir a revolucionar as observações do sol. Se tudo corresse conforme planeado, o SDO daria, incrivelmente, dados de alta resolução de todo o disco solar quase à razão de 1 disco solar por segundo.
Quando a equipa de cientistas divulgou as primeiras imagens em Abril de 2010, os dados do SDO ultrapassaram as esperanças e as expectativas de todos, oferecendo uma vista incrivelmente detalhada do sol. Nos três anos desde então, as imagens do SDO continuaram a mostrar fotos e filmes de eventos eruptivos no Sol de tirar o fôlego. Tais imagens são mais do que apenas bonitas, elas são os próprios dados de estudo dos cientistas. Ao destacar diferentes comprimentos de onda de luz, os cientistas podem controlar a forma como o material se movimenta no Sol. Esse movimento, por sua vez, encerra pistas sobre o mecanismo destas explosões gigantes, que, quando estão apontadas à Terra, podem perturbar a tecnologia espacial.
A SDO é a primeira missão do programa da NASA “Viver com uma estrela,” cujo objetivo é desenvolver o conhecimento científico necessário para lidar com esses aspectos do sistema Sol-Terra que afectam directamente as nossas vidas e a sociedade. O NASA Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, no Maryland construiu, opera e administra a sonda SDO para o directório de Missões de Ciência da NASA em Washington, DC. —- Em virtude desta Missão, avançaram-se grandes passos no conhecimento do mecanismo subjacente às Ejeções de Massa Coronal.
Descrição
As ejeções libertam grandes quantidades de matéria e de radiação eletromagnética no espaço. O gás ionizado expelido pode não se afastar da coroa solar (constituindo uma proeminência solar) ou se dirigir para as órbitas planetárias, sendo parte do vento solar. A matéria expelida é um plasma que consiste principalmente de electrões e de protões, mas que pode conter pequenas quantidades de elementos mais pesados do que o Hidrogénio, tais como hélio, oxigénio e até mesmo ferro. Estão associadas a grandes mudanças e perturbações do campo magnético coronal.
Geralmente são observadas com um coronógrafo de luz branca.
Causa
A reconexão magnética, fenómeno associado ao realinhamento das linhas de campo quando dois campos magnéticos são orientados de modo que quando um está em oposição ao outro, é responsável pelas ejeções de massa coronal e pelas erupções solares. Esse realinhamento é acompanhado duma libertação súbita da energia armazenada nas linhas de campo originais.
No Sol, a reconexão magnética pode ocorrer em regiões de linhas de campo magnético de loops compactos. Essas linhas voltam a conectar-se rapidamente em loops pouco densos, deixando uma hélice de campo magnético desconectada nos loops originais. A repentina libertação de energia nessa reconexão causa as erupções solares. O campo magnético desconectado e a matéria associada podem-se expandir violentamente, causando uma ejeção de massa coronal.
Isso também explica o porquê das ejeções e das erupções solares normalmente ocorrerem em regiões activas na superfície solar, onde os campos magnéticos locais são mais fortes do que em outras regiões.
Como os pólos magnéticos se convencionam por Norte = emergem as linhas do campo magnéticos e Sul = reentram as linhas do campo. Basta imaginarem o seguinte:
Milhões de pessoas tentam sair e entrar pela mesma porta ao mesmo tempo, sim, claro, isso vai criar um choque tremendo.
Só que nem tudo é mau, caso não houvessem as Ejeções de Massa Coronal, como poderia o nosso belo Sol gerar e manter a gigantesca Helioesfera, a atmosfera do Sol que nos protege dos ventos interestelares?
Sim, podemos concluir que este fenómeno contribui para as condições de vida na Terra, daí estar a ser estudado noutras estrelas.
E aprendeu-se com esta missão quanto é importante proteger as redes eléctricas e os satélites de ejeções de massa coronal mais violentas e que estejam apontadas à Terra.
Isso, e desfrutarmos das auroras boreais e austrais.
Quanto aos campos magnético e aos pólos, pois o campo sul magnético da Terra corresponde ao Norte magnético das agulhas de marear, ou bússolas.
Sempre foi assim, talvez por isso muita gente sem conhecimento anda a tentar vigarizar os incautos com medos de “trocas de pólos” sem saber do que estão a falar. Nestes casos, uma dose de conhecimento, mesmo superficial, chega para fazer ejectar a trapalhada das pseudociências.
Imagens cortesia da Camilla SDO, a simpática-galinha mascote desta missão, que se lembra sempre de nos deixar estes incríveis vídeos.
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