Sou co-autor de um artigo que foi dividido em 2 partes, e que basicamente olha para a forma como Carl Sagan vê a espiritualidade na ciência.
O artigo é baseado no livro do Sagan intitulado As Variedades da Experiência Científica. Uma visão pessoal da procura de Deus.
Podem ler mais sobre o livro, aqui, aqui, e aqui.
Em 1985, Carl Sagan (quotes) foi convidado para proferir as famosas Palestras Gifford na Escócia, no centenário desta iniciativa. Os tópicos abordados foram de diversa ordem como a existência de vida inteligente noutros planetas, o perigo nuclear, o criacionismo, o desígnio inteligente, e a relação com a religião e com Deus. Estão agora em livro. Sagan sempre foi um agnóstico, mas sempre se interessou pelo fenómeno religioso e as palestras reflectem isso. Não é que fosse um conhecedor profundo da religião ou da teologia cristã, mas tinha ideias claras e conhecia bem a bíblia. O livro é interessante e além das intervenções de Sagan tem uma parte com perguntas e respostas, que nos dá uma ideia da interacção com o público.
Na 1ª parte do artigo – ou no 1º artigo -, discutimos se realmente haverá uma espiritualidade dentro da ciência; sobretudo olhando para algumas imagens magníficas do Universo.
Na 2ª parte do artigo – ou no 2º artigo -, abordamos o geocentrismo religioso existente na ideia de Deus, e de como é paradoxal imaginar que um ser todo-poderoso criador do Universo, passasse o tempo preocupado com o que uns descendentes de macaco fazem num pequeníssimo pedaço de poeira num universo gigantesco. É obviamente limitar o raio de acção de um Deus, o que não faz qualquer sentido.
(esta é a imagem da Terra vista de Marte. A Terra é um minúsculo pedaço de pó)
Os artigos foram publicados no LabLit em semanas anteriores.
Leiam os artigos: 1º artigo, 2º artigo.
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Leia a ” Gênese ” de Allan Kardec, único livro que li que realmente entrelaça Deus o Universo e a Ciência de uma forma verdadeiramente racional e plausível, e olha que o livre é de 185 e alguma coisa, esqueça tudo que saiba sobre a religião sobre Deus e sobre o Universo, esqueça tudo e leia…
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André, já conheço e já falamos dessa vigarice aqui no blog.
abraços
Muito interessante! Fico a pensar se um dia esses dois temas vão se encontrar: ciência e espiritualidade. Teria Amit Goswami alguma razão?
Abraço
Daniel
Por que se encontrariam, se espiritualidade é o reflexo conceitual da ignorância e da superstição de povos primitivos sobre uma tentativa esotérica de explicar a realidade? Ciência é exatamente o oposto.
[…] Terra a Marte. Do infinitamente grande ao infinitamente pequeno. AAS. IJA, 33 euros, Faça-se Luz, Sagan, Big Bang. Cambridge University Press. Estudo. Conferência. PAPS. Ficção Científica. Viagens […]
[…] que eu também já referi, e até publiquei, quando analisei a espiritualidade de Carl Sagan, como podem ler aqui. Parece-me que o conhecimento científico, para ele, é a sua “espiritualidade”… […]
[…] falei da suposta religião de Einstein, neste artigo, onde afirmo que Einstein, Sagan, Tyson, Spinoza, entre outros, têm uma religiosidade que não […]
[…] falei da suposta religião de Einstein, neste artigo, onde afirmo que Einstein, Sagan, Tyson, Spinoza, entre outros, têm uma religiosidade que não […]
[…] No livro Contacto, de Carl Sagan, a personagem Eda, físico, diz que teve muitas experiências religiosas, como por exemplo quando compreendeu as leis da Gravidade de Newton, quando compreendeu a Relatividade de Einstein, etc. Tinha tido imensas experiências religiosas, sempre dentro da ciência, e nunca fora da ciência. Como me parece claro, sigo a espiritualidade de Carl Sagan. […]