No passado, já escrevemos vários posts sobre este assunto. Leiam aqui.
Especificamente, escrevemos sobre o Relatório Final da Comissão Augustine. Leiam aqui.
E escrevemos este post, quando as missões à Lua foram definitivamente canceladas. Leiam aqui. Critiquei o plano, por achar que faltava um visão inspiradora, com grandes objectivos, como ir a Marte.
A 15 de Abril passado, e após muitas críticas, o presidente Obama foi à Flórida – onde se encontra o centro mais famoso da NASA – explicar melhor o seu plano.
O José Matos já deu conta sobre o que se passou. Leiam aqui.
Pessoalmente, o discurso do Obama desiludiu-me. Não vi nada de novo.
Estava à espera de muito mais: planos concretos para uma viagem humana a Marte nos próximos 10 anos. Era um sonho irrealista? Talvez. Mas era certamente inspirador, criaria muitíssimos empregos, e estaria ao nível do discurso de JFK.
As datas que ele propôs são irrealistas, no sentido em que demoram mais do que uma administração para consegui-las.
Está-se mesmo a ver que um novo presidente, com novas políticas, irá refazer tudo de novo.
Daí que achava o ano de 2020 muito mais realista e corajoso.
Penso que este plano demora mais tempo que o anterior, o que não me parece bem.
Onde estão as viagens e descidas de astronautas nas luas de Marte?
Gostei quando ele disse: “Fifty years after the creation of NASA, our goal is no longer just a destination to reach. Our goal is the capacity for people to work and learn and operate and live safely beyond the Earth for extended periods of time, ultimately in ways that are more sustainable and even indefinite.”
Ou seja: “O importante já não é apenas onde ir, mas o que fazer”.
Basicamente, estes são os pontos principais:
– abandono do programa Constelação, lançado em 2004 pelo então Presidente, George W. Bush.
– abandono do plano para regressar à Lua em 2020 e, a mais longo prazo, a conquista do planeta Marte.
– fim do programa dos vaivéns espaciais em 2010, o que vai provocar 9000 despedimentos no Centro Espacial Kennedy.
– passar a pagar à Rússia 50 milhões de dólares por cada viagem à Estação Espacial Internacional (hoje, os EUA gastam 65 milhões de dólares por cada astronauta enviado ao espaço).
– desenvolver uma cápsula Orion mais pequena, como veículo de salvamento espacial.
– desenvolver várias sondas para explorar o Sistema Solar, incluindo um avançado telescópio espacial para substituir o Hubble.
– aumentar o tempo de vida da Estação Espacial Internacional, para lá de 2020.
– apostar no sector privado para a exploração espacial, e para levar americanos ao espaço e à Estação Espacial Internacional.
– dar mais 6 bilhões de dólares à NASA nos próximos 5 anos.
– 3 bilhões de dólares serão para desenvolver um foguetão que leve os astronautas para lá da Lua.
– em 2015 ter finalizado o plano desse novo foguetão pesado capaz de lançar missões tripuladas para além da órbita da Terra.
– em 2025 será a primeira missão tripulada para lá da Lua.
– em 2030 ter astronautas a descer num asteróide – este é o passo intermédio deste plano espacial.
– em 2035 levar astronautas à órbita de Marte.
– em 2040 ter astronautas a andar em Marte e voltarem sãos e salvos de volta à Terra – este é o objectivo final deste programa espacial.
Por último, é importante realçar que esta reestruturação da NASA e do plano espacial ainda não foi aprovado pelo Congresso dos EUA.
Leiam, em inglês, aqui, aqui, e aqui.
Leiam o discurso completo do Obama, aqui.
Vejam todo o discurso:
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universetoday.com…
Um artigo interessante sobre se o programa Apollo foi uma anomalia:
http://www.universetoday.com/82821/was-the-apollo-program-an-anomaly/
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Numa discussão no Facebook sobre o que o Armstrong disse, o que o Aldrin disse, e sobre o plano do Obama, eu disse isto:
I’m with Team Buzz Aldrin.
The Constellation program was severely underfunded, had already huge cutbacks in plans (ex: Orion capsule), had a goal that was already won (Moon), had a plan less ambitious than the Chinese (for example), and included the worst idea ever (cutting the space shuttles, and now paying the Russians… for the first time, USA will be dependent of foreign nations).
I don’t agree 100% with Obama’s plan either.
He kept the cancelling of the space shuttles (although I really don’t know if he could have blocked the previous decision on time), he still didn’t issue a bold statement of going to Mars (he should have), and the deadlines are further away than the Chinese – which obviously is a mistake, if the Chinese reach Mars first.
But it’s a more realistic plan, for the current budget.
I loved his quote about not being the destination that counts, but the developments towards it.
Also, puts an emphasis on commercial developments. And the world depends from commercial developments. What would be of the telegraph without the banks? Or the Internet without the banks or military? Private enterprises are very important.
And, especially, has the goal of going to an asteroid and not to the Moon – “we” have been on the Moon already and there’s nothing there (even the water molecule is all over the universe), but asteroids are very rich in minerals that may provide another “gold rush” between private companies, which for sure will develop space flight.
And landing on an asteroid… WOW! It will be huge!!! 🙂
😉
[…] – Plano Espacial (tag): relatório final, missões à Lua canceladas, plano, aprovado. Falta de Dinheiro. Don Nelson. Robot. Visão. Parámos de sonhar. Continuar a Explorar. […]
[…] sobre o plano espacial da administração Obama, que inclui missões a asteróides, e quiçá ter no ano 2030 humanos a pousar em asteróides, como propôs a Comissão Augustine. Entretanto saíram artigos fomentando uma missão deste […]