O Lago Vostok é um lago da Antárctica que está isolado do resto do ambiente terrestre há cerca de 1 milhão de anos ou quiçá 15 milhões de anos!
Uma equipa Russa conseguiu autorização para perfurar mais de 3 quilómetros de gelo, até chegar ao lago.
Este lago, devido a estar isolado do resto do ecossistema terrestre, é a nossa esperança para termos uma ideia daquilo que precisamos fazer e “apanhar” na lua de Júpiter, Europa.
Há 1 mês atrás saíram notícias de que tinha sido detectada uma nova bactéria nesse lago, completamente diferente do resto da vida na Terra.
BBC: “Russian scientists have claimed the discovery of a new type of bacterial life in water from a buried Antarctic lake.”
Physics.org: “Russian scientists believe they have found a wholly new type of bacteria in the mysterious subglacial Lake Vostok in Antarctica, the RIA Novosti news agency reported on Thursday.”
New Scientist: “There is something alive in Lake Vostok, deep beneath the East Antarctic ice sheet, and we don’t know what it is. Water samples from the lake contain a bacterium that does not seem to belong to any known bacterial groups – although whether it truly is a new form of life remains to be proven.”
Ciência Hoje: “Uma equipa de cientistas russos acredita ter descoberto novas formas de vida num lago subglaciar, no lago Vostok (na Antárctida), abaixo da cobertura de gelo. O DNA encontrado não corresponde a nenhuma espécie conhecida das bases de dados mundiais. As amostras permaneceram intocadas durante 14 milhões de anos (…).
Por causa da tecnologia usada para evitar contaminações do lago, a Rússia só obterá amostras de água pura, sem contaminação pelo fluido de perfuração, dentro de alguns meses. (…)”
Esta última frase é muito importante.
Sergei Bulat do Laboratório de Genética do Instituto de Física Nuclear de São Petersburg disse que tinham descoberto uma nova bactéria.
No entanto, no dia seguinte, o director do mesmo laboratório, Vladimir Korolyov, disse que as amostras tinham sido contaminadas por bactérias terrestres normais.
No entanto, dias depois, uma comunicação oficial de imprensa feita pelo Instituto de Investigação no Ártico e Antártico, diz que foi mesmo encontrada uma nova forma de vida, uma bactéria desconhecida no Lago Vostok. O problema tinha sido que Korolyov não tinha sido informado da mais recente descoberta e estava a falar de análises feitas em Outubro passado.
Sergei Bulat e Vladimir Korolyov confirmaram a veracidade destas informações e da existência de uma nova bactéria.
Sergei Bulat diz: “After putting aside all possible elements of contamination, DNA was found that did not coincide with any of the well-known types in the global database. (…) We are calling this life form unclassified and unidentified. (…)”
Esta bactéria tem um ADN que é 15% diferente de qualquer outra forma de vida actualmente conhecida.
Daí que Bulat diz que a bactéria tem um ADN terrestre, mas ainda “não foi classificada nem foi identificada”.
Ainda segundo Bulat, se forem encontrados outros organismos do mesmo grupo desta bactéria no lago nas próximas amostras, então poderá ter-se a certeza que se descobriu uma nova forma de vida na Terra!
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Descobrir uma nova forma de vida não é necessariamente nada do outro mundo. Eu posso ir ali a uma vala de águas paradas, recolher uma amostra e analisar e afirmar que encontrei centenas de novas formas de vida, tendo em conta que o que não falta são formas de vida microbiana por catalogar. Mas não deixa de ser muito interessante, por exemplo, para a astrobiologia como é referido no texto, ou até se forem encontrados microorganismos diferentes o suficiente da vida conhecida para formarem um novo Domínio, como aconteceu com as Archaea. Vamos esperar por mais resultados.
Concordo. Descobrir uma nova forma de vida não é tão fascinante quanto tentar entender como tal veio a ser. Nova para quem a desconhece, porém sempre existiu.
Qual p tempo que dura para o surgimento de uma nova espécie? Será que essas novas formas de vida encontradas não teria sido originado de outras que existe na terra, e que sofreu mutação genética devido ao longo tempo de isolamento? Sabemos que ao submeter organismo a formas extremas de sobrevivência tipo isolamento, meios diferente etc. esse organismo sofrerá mudança na sua estrutura de DNA e poderá surgir assim um novo DNA ou um DNA diferente daquele que compõe a estrutura do organismo, passando assim a ser uma nova espécie.
Desculpa sou apenas um curioso.
E também não sabemos o “sentido” da diferença.
Se ela é mais diferente por ser mais antiga, ou por ter evoluído assim de forma não extrema.
Também me inclino para achar isso. É uma questão de evolução mais que antiguidade. O ambiente único cria uma evolução própria
Uma homologia de apenas 86% é um resultado muito interessante. No entanto, penso que estão a dar um passo maior que a perna. Seria bom terem a certeza deste resultado, e só depois, com algo mais concreto e com uma publicação na mão, lançarem o press-release. Tenho algum receio que esta notícia venha a ser uma decepção. No ano passado já tinham cometido o erro de lançar foguetes antes de confirmarem se os organismos isolados eram ou não contaminantes. Verificaram depois que eram bactérias que viviam na querosene usada para lubrificar a broca de perfuração. Enfim… vamos aguardar.
Tem razão. É dar esperanças com poucas certezas. Até agora nada…
interessantissimo! me lembrou de um episódio bem antigo de arquivo x..assim como The thing, logicamente.
Vamos aguardar.
É provável que exista vida que sejaquase distinta da conhecida, devido ao prolongado isolamento.
Informação muito interessante! só não entendo por que o companheiro do comentário acima tem que relacionar a descoberta científica ao descrédito para com a religião, sou cristã, tenho minha fé e admiro muito a ciência e sua importância para humanidade, porque as duas coisas não podem ser respeitadas?
Por vezes acho os neo ateus nervosos e muito preocupados com a religião, mas do que os religiosos possam se preocupar com eles.
Muito obrigada pela postagem, parabéns pelo trabalho!
Certíssimo. O comentário foi um disparate infeliz.
A descoberta de uma nova forma de vida totalmente diferente da que conhecemos, resultará em mais um prego no já abalado misticismo religioso. Tomara que seja 100% diferente!!
Se for 100% diferente como poderemos dizer que é vida?
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