Hawking tem-nos presenteado ultimamente com “frases bombásticas”. Por exemplo, quando disse que provou que Deus não existe ou quando defendeu que nos deveríamos manter silenciosos porque existe o perigo dos extraterrestres nos invadirem.
São “notícias” que se provam como completamente erradas e contra o pensamento científico. É sensacionalismo, para marketing.
As redes sociais e a comunicação social andam num frenesim orgásmico fruto da falácia do Apelo à Autoridade: se Hawking disse algo, então só pode ser verdade. O argumento da autoridade não é um argumento científico ou sequer racional.
O artigo do Hawking pode ser lido, aqui.
O artigo da Nature, com um título sensacionalista, que tem levado a todo este frenesim, pode ser lido, aqui. Tradução em português deste artigo, aqui.
O título da Nature é bombástico: Hawking diz que não existem buracos negros.
No entanto, ele não diz nada disto…
O artigo de Stephen Hawking (de 2 páginas + 1 de Abstract + 1 de Referências), sem revisão de pares, diz-nos simplesmente que o horizonte de eventos não é uma “fronteira fixa” ao redor de um buraco negro e que o próprio buraco negro não é um objecto cósmico como todos os outros.
Mas vamos analisar o artigo com pensamento crítico:
1 – Hawking está a responder a Leonard Susskind.
Hawking defendia que a informação se perde para lá do horizonte de eventos (por informação, entenda-se Energia sob a forma de matéria e sob a forma de radiação). Como para Hawking, o buraco negro não tem entropia, então quando o buraco negro se evapora, a informação acaba por desaparecer. O Universo fica a perder.
Susskind defendia que isto contraria as leis do Universo, e que eram só artifícios matemáticos, não reais, para o que se via no Universo. Susskind defendia que a perda total de Informação implicava que se perdia Energia o que contraria a 2ª Lei da Termodinâmica, o que contraria o Principio da Conservação da Energia e que até contraria a relação causa-efeito subjacente a todas as Ciências. Ou seja, isto viola as leis do Universo!
Isto é o que se chama de Paradoxo de Hawking.
Assim, Susskind defende que o Universo tem entropia. Mas tem entropia de área, porque o Buraco Negro não é um volume, mas sim uma área. É uma entropia de superfície. E na verdade, isto conseguimos medir, e vemos que há um aumento de entropia perto do Buraco Negro.
2 – O Paradoxo do Buraco Negro também nos diz que não poderíamos entrar num buraco negro devido à enorme energia que haveria na fronteira chamada Horizonte de Eventos. Hawking diz-nos agora que essa fronteira é aparente. Na verdade, não existe. A “fronteira”, a que convencionamos chamar horizonte de eventos, é gradual. É um “horizonte aparente”.
O mesmo tipo de pensamento podemos utilizar para a Terra. Suponhamos que vimos do espaço e entramos na Terra. Não existe uma fronteira a separar o espaço da atmosfera terrestre. Gradualmente vamos saindo do espaço e entrando na atmosfera terrestre. Será que isso quer dizer que a Terra não existe? Claro que não! Seria um absurdo!
O Horizonte de Eventos é basicamente uma linha, uma circunferência, imaginária (tal como é o Equador na Terra).
3 – Um horizonte aparente ou gradual não é uma proposta radical, porque existe em todo o lado.
No entanto, neste caso o que Hawking agora defende é que este horizonte aparente detém temporariamente a matéria e a energia antes de eventualmente libertá-las gradualmente sob a forma de informação – ou seja, Hawking dá agora razão a Susskind.
4 – O título do artigo de Hawking é: “Information Preservation and Weather Forecasting for Black Holes”. Ou seja, é sobre a preservação de informação. Mais precisamente sobre a 1ª e a 2ª Lei da Termodinâmica, que nos diz que a energia de um sistema deve-se conservar e que a entropia tende a aumentar. Hawking defendia que a informação dentro de um buraco negro perde-se quando o buraco negro evapora, o que contraria as leis da termodinâmica. Como se pode conservar a energia de um sistema (Universo) quando esse sistema tem um buraco negro que faz essa energia desaparecer? Na verdade, pode, porque a energia não se perde. Hawking errou, e Susskind ganhou. E, de forma fantástica, Hawking admite isso perfeitamente, porque em ciência a verdade está acima dos egos individuais.
5 – O que se passa é que o próprio horizonte de eventos não existe, e o próprio buraco negro também não como objecto com volume. O Horizonte de Eventos é uma linha imaginária, não é um objecto astronómico. O Buraco Negro é um objecto astronómico, mas sem volume.
Nós não sabemos o volume de buracos negros, por isso não se pode pensar em entropia de forma normal, que é a entropia de um volume. Temos que falar da entropia de área (pelo horizonte de eventos aparente). Neste caso, salva-se o princípio da conservação de energia.
6 – A frase do Hawking no artigo que deu azo a tanta confusão foi esta: “The absence of event horizons mean that there are no black holes – in the sense of regimes from which light can’t escape to infinity.” (“A ausência de horizontes de eventos significa que não existem buracos negros – no sentido de que a luz não pode escapar para o infinito”.) Isto não quer dizer que não existem buracos negros. Somente quer dizer que o infinito não existe neles. Na verdade, nem sequer podemos medir o volume de um buraco negro. Para nós, o buraco negro é o que vemos “bidimensionalmente” no horizonte de eventos aparente.
7 – Esta aparente “bidimensionalidade” manifesta-se também de outra forma.
O que entra no Buraco Negro é energia (matéria e radiação). Mas mal passa o aparente horizonte de eventos, converte-se em informação. A energia não existe dentro de um buraco negro. O que existe é informação.
Imaginemos por exemplo que entra uma pessoa no buraco negro. Entra assim a energia da pessoa (os seus átomos). No entanto, dentro do buraco negro, passando o horizonte de eventos, já não temos a pessoa, temos sim somente informação da pessoa. Em vez da pessoa, temos, comparativamente, uma fotografia da pessoa.
8 – Como fica então resolvido o Paradoxo de Hawking de que falamos inicialmente?
Ao longo do tempo de vida, o Buraco Negro vai “engolindo” informação. Meter enormes volumes de informação em tão pouca área disponível aumenta a densidade por pixel (neste caso, chamam-se voxels) ou por célula (como se fosse uma folha de cálculo). Como aumenta a densidade, consequentemente aumenta a temperatura. Uma maior temperatura, aumenta os níveis de energia. Com maior energia, as velocidades aumentam, e aumentam tanto que ultrapassam a velocidade da luz. Acontecendo isto, aumenta o caos. Concluindo, o Buraco Negro tem e aumenta a sua entropia.
Este aumento de entropia para lá do que se convencionou chamar horizonte de eventos, compensa a perda de energia que um observador exterior ao buraco negro regista.
Há uma relação proporcional entre o aumento de temperatura dentro de um Buraco Negro e a quantidade de matéria e de radiação que ele atraiu para junto de si. Esse aumento é já hoje observável perto desse horizonte de eventos.
Perdemos matéria e radiação para os buracos negros, mas o Universo não. O Universo mantém a matéria e a energia porque o Buraco Negro faz parte deste Universo e porque compensa o Universo jorrando quantidades iguais de quantas para fora de si, sob a forma de informação (os quantas relatam os bits de informação, os dados sobre a Energia perdida, por exemplo quantas moléculas, quantos átomos e quanta luz se perderam e quanto tempo demorou esse efeito a ocorrer).
O Buraco Negro faz isso enquanto abarca dentro de si a máxima quantidade de informação que consegue. Mas como é pequeno, é uma área e não um volume, é 10×10 e não 10x10x10. Ou seja, não consegue devorar toda a informação e projecta a restante para longe de si de tal forma que conseguimos “observá-la”. O que vemos é a informação, e não a energia que entrou; porque quando a energia passa o horizonte de eventos torna-se informação.
Então pode-se dizer, correndo o risco de se ultra simplificar, que o Buraco Negro se exprime por 100 (os 10×10 duma área) e que consome energia equivalente a 1000 (os 10x10x10 dum volume do espaço “normal”). Ora os 900 que restam serão a informação que o Buraco Negro rejeita porque não tem estômago de dimensão suficiente para tragar tamanha fatia de Energia. E esta é a informação que nós temos, que ele nos dá. A matemática bate certo (com resto 0).
9 – De qualquer modo, como o próprio Hawking admite, até termos uma Teoria do Tudo que junte a gravidade com as outras forças, os buracos negros continuarão a ser misteriosos.
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Este artigo foi escrito em colaboração com o Manuel Rosa Martins, que pacientemente me explicou toda a parte de física de partículas que é necessário saber nesta notícia de astronomia/cosmologia.
Qualquer erro, é obviamente da minha responsabilidade.
No entanto, se tiverem dúvidas e colocarem as questões nos comentários, provavelmente será o doutorando Manuel Rosa Martins a responder-vos, visto que ele é mais especialista que eu neste assunto.
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Um debate muito interessante…
Sobre a questão de se conseguir “mudar de ideias”, partilho este pequeno artigo:
Genius Move – Max Planck, the unlikely founder of quantum physics, knew how to change his mind.
http://www.slate.com/articles/health_and_science/science/2015/06/max_planck_s_principle_physics_and_constant_he_knew_how_to_change_his_mind.html?utm_campaign=trueAnthem:+Trending+Content&utm_content=556e784004d301566d000001&utm_medium=trueAnthem&utm_source=twitter
Citações:
We live in an age—perhaps the age—of confirmation bias. And given a turbulent sea of information, who can blame us for latching onto the familiar while looking away from anything jarring or mismatched?
We yearn for the comforts of our main tribe, be that tribe political, religious, scientific, or economic. If that’s a failing, it is probably a hominid design flaw, far beyond evolutionary recall at this point.
I just spent three-plus years writing a biography of the German physicist Max Planck, and I was most struck by one of his qualities.
Yes, he was incredibly rigorous, mathematically adept, and intellectually fearless.
But what stands out is that this rigid Prussian gentleman could and regularly did change his mind. <———————–
…
“Planck’s principle”: “A new scientific truth does not triumph by convincing its opponents and making them see the light, but rather because its opponents eventually die and a new generation grows up that is familiar with it.”
In other words, new ideas do not advance by evidence, argument, and persuasion, but rather by older thinkers with older ideas passing away.
…
Can I hear arguments and digest information that challenge my comforts and make me uneasy?
Whether it’s a political issue, a favorite scientific assumption, or my preferred way to make coffee, is it not true that a deeper and wider sea of information can only make me a better member of the species?
Changing one’s mind is a beautiful thing. <———————
It requires the hardest work between the increasingly common and more comfortable extremes of outrage and applause.
Caro Carlos Reis,
Agora resolveu especular aqui sobre o poder de vida e de morte dum animal que reside num minúsculo planeta rochoso. Talvez seja bom referir que o umbigo do ser humano tem uma velocidade de escape bem inferior à da luz.
Obrigado por comentar mas não consigo perceber que crivo é esse, ou que tem que ver com buracos negros.
O que sabemos é que o centro do Universo não está em qualquer ser humano ou em qualquer ramo da Filosofia, pois não existe.
Tudo em ciencia deve se passar em acordo com o crivo exaustivamente percrustado, primeiro, pela luz da filosofia. Especular sobre a realidade do BN, eh tarefa que pode tornar o homem dentor do poder da vida e da morte, entao, eh evidente que isto prescinde de muita quebra de paradigma existencial para abstracao alem da va filosofia…
A informação pode ser naturalmente reestruturada ou aproveitada em outras estruturas pós descarte?
Pós saturação e evaporação de uma estrela negra super massiva, o efeito gravitacional em seu centro continua alimentado pela a informação residual, ou a matéria encontrada na região de transição, sofre o efeito instantâneo da ausência da atração?
Não sei, não tenho presente qualquer observação duma região que tivesse um buraco negro e que de pois fosse observada após o seu desaparecimento. Mesmo a própria evaporação é proposta após a radiação de Hawking e esta é nunca foi confirmada por observações até hoje.
Valeu pelo tok! Eu ignorei o tempo na questao..É porque eu fiko sempre me questionando sobre o real “fluxo” do tempo, nas transformacoes de Lorentz o intervalo entre os referencias variam de acordo com o movinto de ambos, como o buraco negro em questao é uma regiao fixa em relacao a nos o intervalo sempre seram mais longos,certo?Me corrige se falei bananas d+…
Não é fixa em relação a nós, nada é fixo numa galáxia e muito menos se for noutra galáxia. Os efeitos relativistas são observados de fora, nas radiações de raios-x e de raios-gama, mas a partir do horizonte de eventos, mais especificamente da ergoesfera os eventos são um completo mistério.
E a luz que se não escapa assim como a matéria tem grandes efeito observáveis mas é relativamente pouca.
Parece-me que aqui convém sublinhar uma questão, a da densidade versus a do tamanho dum objecto.
O Buraco negro super-maciço do centro da Via Láctea tem cerca de 3,8 milhões de vezes a massa do Sol, segundo a mais recente literatura.
A sua dimensão corresponde a apenas a ~17 vezes a massa do Sol.
errata: corresponde a 17 vezes o tamanho do sol.
Tenho uma duvida:
Um “ buraco negro“ nao tem volume conforme relatado. Saba-se que essas regioes,como o centro da via lactea possuem esse intenso campo de atracao. A luz proveniente de pontos distantes nao deveriam percorrer a curvatura do espaco-tempo ao inves de se precipitar nele?
Author
E é o que a luz faz 😉
O buraco negro não é um “sugador” como aparece nos filmes 😉
O buraco negro é um objeto com gravidade, como todos os outros.
Tal como acontece com estrelas, planetas, etc, ao redor do buraco negro também existe muita matéria a orbitá-lo… sem cair nele durante muitoooooo tempo.
O mesmo se passa com a luz. Claro que se for na direção dele, pode cair, tal como alguns cometas em vez de passarem pelo Sol vão de encontro a ele… tudo depende da órbita em causa 😉
abraços!
Achei este artigo excelente, no entanto surgiram-me algumas dúvidas,
1 – a informação que é expelida não esta sujeita as forças gravitacionais do buraco negro? A ideia que eu tinha é que nada escapava do buraco negro.
2 – se o buraco negro é uma área, se é uma área tem hipoteticamente tem frente e verso, como um disco de vinyl, lado A e lado B, hipotéticamente seria possível um objecto atravessar um buraco negro?
3 – O buraco negro é sólido, gasoso, como se pode explica-lo fisicamente?
Olá Márcio, excelentes questões.
1) não, a informação (emissão-transmissão-recepção, para resumir) funciona em ambiente de gravitação zero. Até funciona a velocidades superiores à da Luz (veja emaranhamento ou entrelaçamento quântico).
2) Não tente isso em casa, nem em qualquer parte do Universo. 🙂 Os átomos dos seus pés ficariam longe dos seus ombros por alguns quilómetros de distância, veja “spaguettização.” Isso na sua pergunta.
2a) Na sua afirmação, ora uma área é definida por comprimento e largura (2D), não também por espessura, isso é um volume (3 D). Frente e verso duma área apenas depende da perspectiva da observação, não implica um terceiro termo de multiplicação. A fotografia não fica maior ou mais pequena se a estiver a ser bem vista (frente) ou muito deficientemente (à contra-luz pelo verso).
3) Explica-se pela Teoria Geral da Relatividade (TGR, ou da Gravitação, se preferir) , é um objecto astronómico, pode-se até chamar Estrela-escura, mas não se conhecem as Leis da Física que regem o seu interior, para lá da linha imaginária do horizonte de eventos. Ou seja, a teoria de Einstein encerra os seus próprios limites.
Agora isso é um limite, mas não é um limite para conhecermos melhor as suas implicações “cá fora deste lado.”
Pode-se saber com muita precisão o número de carros numa auto-estrada entendendo zero de motores. Não se pode é dizer que assim se entende sobre carros.
O destino dos objectos (matéria, radiação) que entram num Buraco negro é um mistério. Os dados sobre quando isso aconteceu e em que quantidade já são menos misteriosos, já se começa a entender, pela formulação de hipóteses verosímeis que não refutem a relação causa-efeito.
Sim, o Prof. Susskind está formular uma TGR diferente, baseada na de Einstein mas incorporando a Teoria dos Campos, do muito pequeno.
Está, e é preciso muita coragem para isso, a tentar unificar a Gravitação (o mundo do muito grande) com a Teoria dos quantas (o muito pequeno).
Está a desbravar os limites do conhecimento.
O Márcio também está a fazer isso, ao colocar estas questões. 🙂
Uma nota: tenha especial cuidado e atenção a esta relação causa-efeito, parece simples mas é porventura um dos passos mais complexos da análise dum qualquer objecto.
Obrigado.
As vezes me atrevo a entender um pouco do assunto em tela, apenas conceitualmente. Pergunto: É possível uma abordagem baseado no método dialético? Considero este tema bastante estimulante.
Argumentar com pontos de vista diferentes sobre o mesmo objecto afim de tentar estabelecer a verdade é o que os Professores Hawking e Susskind fizeram ao longo de 20 anos, como poderá ler no “post.” Se assim aconteceu que melhor prova de que é possível?
Dadas as implicações fundamentais esse método dialéctico não seria suficiente, no entanto, suficiente, teve mesmo que haver lugar a um genuíno debate pelo método científico.
Levantou uma questão de metodologias deveras interessante, Obrigado.
🙂
É possível medir a densidade de um buraco negro? (¹se não tenho uma ideia para fazer os cálculos embora acho que o o resultado não vai ser nada fácil) Sabemos do que são compostos?( ²caso não tenho uma ideia de que possivelmente possa ser)…. uhmm se ele absorve energia é composto de radiação, gases, poeira melhor dizer, de tudo o que há no universo, mas ele transforma esse tudo. Logo teremos um outro elemento. (³ acredito que esse elemento seja como um talco … . que quando ele se “evapora” não há perda de informação mas sim a transformação, essa informação pode virar poeira cósmica seca e tão fina… .
Já sabemos que elemento é esse que é espalhado pelo espaço quando não é absorvido ou melhor quando o BN alcança seu limite? Tendo em vista essa nova proposta feita por Hawking e já previsto por Susskind, Não existindo acumulo e expansão após “horizonte de eventos” se pelo o que entendi é isso, o que temos?
Um filtro cósmico.
Gostaria de compartilhar mais, mas são minhas ideias e até que prove e comprove acho melhor segurar mais meus pensamentos…. Tenho muitas ideias que precisam ser postas em práticas, tenho argumentos para as ideias, mas não tenho um laboratório e nem pessoas com sabedoria e honestidade para conversar e praticamente botar tudo isso em termos técnicos ou matemática… Não entendo Hawking realmente deu uma festa para viajantes do tempo. Se damos ouvidos a ele, por que não dar a um rapaz que talvez possa colaborar para o andamento da ciência? Aristóteles mediu a terra com precisão na sua época, Kepler e seu modelo em elipse… antes disso voltas em círculos exatos, porem errados. O que penso e especulo vem de dentro do coração e do meu raciocínio como ser-huma… digo como ser. Analise meu pensamento e com base em seus conhecimentos me diga o que pensa a respeito. Isso vale para qualquer um do tópico se possível que se inicie um debate.
Francis, este é site certo para tirar dúvidas, sim. E nunca fui discriminada – primeiro porque não sou só uma leiga, mas sou uma dona-de-casa curiosa e que acredita em Deus. Tá certo que eu fujo aos padrões disso, mas vejo que você também foge dos estereótipos.
Acho super legal a sua iniciativa de procurar esclarecer suas dúvidas com quem pode fazê-lo. E não se intimide – inteligência não é para ser escondida, mas para ser usada.
Entretanto, procure sempre o conhecimento – nunca se contente com suas próprias ideias. A perfeição está justamente em não se contentar com o que se tem ou com que dizem ser absolutamente perfeito, está em ir além dos limites.
Seja perfeito – supere os limites.
Foi o que Stephen Hawking com esta nova abordagem.
Vá em frente! 😉
Só para tirar uma duvida em certo momento fujo do assunto mas leiam e respondam é de estrema importância!. Então tendo em vista tudo o que foi descrito pelo falcão rei e pelo que entendi depois de uma “tradução” (sou meio leigo ainda nas áreas de astrofísica e astronomia, mas mereço atenção) feita pelo nosso amigo Carlos Oliveira que por coincidência tem o meu sobre nome. Os BN absorvem a matéria e acumula, mas acumula o ser como ele realmente é, no caso em forma de partículas e o que sobra ele expele. OUUUU pega o ser e o transforma em algo e o acumula..? Tenho uma teoria e se ela estiver certa, talvez consiga chegar a “Unificação G-eral das forças” Poxa queria conversar com alguém, não consigo compartilhar o que penso, pois se minha Teoria estiver certa tenho muito trabalho pela frente para escrever ela em forma equação e eu comprei meu ensino médio tentem entender meu drama… sofri muito na escola que abandonei… fiz o enem sem estudar usando apenas meu cérebro logico e tirei uma nota muito boa, posso dizer que sou muito logico…. Queria conversar com alguém um professor não sei o que fazer… gostaria de publicar algo, mas para isso eu preciso ser físico formado? preciso de ajuda. Também sei que posso estar errado essa é possibilidade que nunca me saiu da cabeça. Sou do Rio de Janeiro – morador de uma favela.
Author
Sim, ele pega em energia (matéria + radiação) e transforma em informação, que vai acumulando.
Se tem uma teoria, tem que prová-la. As teorias baseiam-se em factos comprovados por todos.
http://www.astropt.org/2013/07/14/lei-vs-teoria/
abraços
Não é bem assim, na Teoria das Cordas ainda nem se conseguiu pensar numa forma de efectuar uma experiência que pudesse averiguar o quão correcta a teoria possa estar e, no entanto, já lhe chamam “teoria”. Alguns físicos já antecipam até que mesmo que a Teoria das Cordas venha a conhecer uma solução final, possivelmente nunca haverá um modo experimental de a comprovar! Logo ainda não está comprovada por todos.
Author
Na verdade, é assim.
A chamada Teoria das Cordas não é uma teoria.
É como teoria da conspiração não ser teoria.
Ou como uma pessoa dizer que tem uma teoria… quando só tem uma ideia.
O problema é ke se chama teorias a coisas ke não o são.
No caso das Cordas é uma mera hipótese teórica e matemática.
abraços
Desculpe só responder agora. Então, se na verdade é assim, porque é que o Carlos, nestes posts, a trata como teoria?
http://www.astropt.org/2008/08/26/teoria-das-cordas-2/
http://www.astropt.org/2008/08/13/criticas-a-teoria-das-cordas/
É que em Ciência a precisão é uma coisa muito importante.
Abraços
Author
Porque, como eu disse em cima, ela é assim chamada. É errado chamar assim, mas é assim que ela é conhecida.
Tal como eu também disse em cima, temos o exemplo das teorias da conspiração… apesar de não serem teorias… mas também é assim que se chamam.
abraços
Author
Pense noutras expressões como Pôr-do-Sol, por exemplo. É o Sol que se põe? Não. É a Terra que vai rodando, mas nós dizemos que é o Sol que se põe… erradamente! 😛
Qual este? Dos links indicados no texto tiramos:
No link da nature vem: Stephen Hawking: ‘There are no black holes‘ / Notion of an ‘event horizon’, from which nothing can escape, is incompatible with quantum theory, physicist claims. Uns sensacionalistas este pessoal da nature.
O outro link aponta para o resumo, bem curto
Author
Onde diz: “O artigo do Hawking pode ser lido, aqui.”
Esse é o artigo do Hawking que deu origem a toda a controvérsia.
http://arxiv.org/abs/1401.5761
Se clicar no link vai dar ao local do artigo no arxiv. Obviamente, só tem o Abstract. Para ler todo o artigo, tem que clicar no PDF na direita.
abraços
Discordo. Segundo o mais recente paper alguma luz pode escapar do interior dos antes chamados buracos negros. Logo e termo negro não é aplicável.
Recomendo ler a revista “new scientist” 1 Fev pag 12
Author
O mais recente paper é este… do Hawking 😉
É como costumo dizer.
Os Buracos Negros não são buracos nem são negros..
Parabens ao Manoel Rosa Martins.
Mas pra mim o BN ta nem aï pra “informação” e ele só considera energia..
Boa tarde AstroPT. Depois de ler este artigo, simplesmente como curioso, surgiram questões.
1 – Como dito no artigo, o voxel é comparado ao pixel. Assim sendo, cada buraco negro tem a sua “resolução”?
2 – Como varia a “resolução” de buraco negro em buraco negro?
3 – É o que o buraco negro era antes (estrela?) que dita a “resolução”?
Ao expelir informação pelos seu polos podemos pensar que que não temos mais voxels para ocupar. A
4 – A informação expelida não é suficiente para calcular a maior parte ou a totalidade do buraco negro assumindo que não temos mais voxels para ocupar? Porquê?
Obrigado e boa tarde. Abraço.
1) Sim, tem. Pode aplicar uma grelha de Voxels com diferentes dimensões, como aplica diferentes resoluções a uma fotografia. Se verificar os pixels (elementos duma imagem, picture elements) também podem ter ordens de grandeza muito díspares.
2) Varia consoante a massa do BN, que se pode calcular pela estrelas que lhe ficam a gravitar nas imediações, ainda bem longe do horizonte de eventos.
3) Buraco Negro é uma designação que de facto é menos feliz. Leonard Susskind prefere a designação dum dos pioneiros da astrofísica, Laplace, que no séc. XVIII-XIX propôs os nome de “Estrela-escura,” ou Dark Star. Susskind chega o ponto de fazer notação matemática com esse termo, Ds para Dark Star, assim:
R[underscore]DS = 2MG/C^2, derivado de (Escape Velocity)^2 = 2MG/R.
A Velocidade de Escape é a base de partida de Susskind, na Dark Star esta será >C, ou seja superior à velocidade da luz no vácuo.
Pode ser ou não, um BN pode aumentar de massa ao longo da sua existência. Tal como um tubarão pode passar a maior parte do tempo dormente, mas tem alturas no tempo em que se torna num monstto devorador de estrelas, ou de nuvesn de gases, mais “distraídas.” 🙂
Inclusive pode devorar primeiro o envelope de Hidrogénio duma estrela e passadas algumas centenas ou milhares de anos devorar o núcleo restante dessa mesma estrela.
4- Porque o Buraco negro devora parte da informação, não toda, justamente que parte devora e que parte expele é um grande debate que ora surge. O BN Sag*A, o BN super massivo no centro da Via Láctea, está activo com um grande nuvem de gás que se lhe atravessou na sua região, podendo permitir observações muito mais precisas para se saber melhor, gradualmente, quem é quem. No entanto há fortes indicações que se possa aferir com grande precisão os factores de ponderação. Por cálculo probabilístico, entre Energia e Tempo.
Muito Obrigado, boa tarde.
Olá
Passei vinte minutos de acento com um sujeito, que acreditou no Hawking,só porque ele e um físico famoso, até alguns amigos meus me chamaram de doido, pois não acreditei no sujeito,ai me pediram provas. Vasculhando a Internet e não e que achei esse site, agora este site vai ser meu trunfo nos debates. Mesmo assim vou enviar o link pra ele saber, que não se deve acreditar em tudo sem o fator de provas.
Author
🙂
Hmmm… É como se entrássemos no buraco e nos transformássemos em imagens holográficas? Ele deixa de ser um “consumidor” para ser um “transformador”?
Sim, Miriam, excelente o seu comentário. É essa a analogia usada pelo Prof. Leonard Susskind, que um ser humano que por absurdo conseguisse entrar na zona do BN entre o imaginário horizonte de eventos até à ergosfera (antes de se evaporar na zona “final” da singularidade) mantém a informação do que era antes de sofrer tamanho destino (o Prof, Leonard com muito humor numa palestra usou o Presidente Bush e a Sec. de Estado Condolezza Rice como “voluntários” para a experiência mental) tal qual um holograma mantém o mesmo “kernel” de informação total nos seus diversos parciais constituintes.
O que me surpreendeu muito na abordagem do Prof. foi que ele simplificou a Entropia de 3 (volume) para 2 (área) dimensões, contrariando a tentação de por dimensões extra no seu modelo.
Quanto à ergoesfera, esta é uma elipse imaginária, um modelo geométrico do chamado espaço-tempo de Kerr, e está situada dentro do Horizonte de Eventos, mas bem antes da singularidade, do “fundo” do BN. Para além desse modelo, o mecanismo subjacente ao Princípio da Conservação (e à 1 e 2ª Leis da termodinâmica) da Energia é o Princípio da Incerteza de Heisenberg, pela complementaridade inversa entre Energia e Tempo. em vez da “habitual” proporção inversa entre Posição e Momento.
Manoel, nesse caso se passássemos o limite do horizonte de eventos como matéria, o que sobraria seria a essência energética ou transformaria a matéria em energia (holograma)?
Uma coisa que me intriga muito é a questão de o buraco negro não ser medido como volume, mas como área no caso X,Y, nesse caso a forma como foi mostrada no filme em que os cietista afimar que ali seria a forma mais aproximada de como seria um buraco negro está sem sentido aonde ficaria a referência do “Z” nesse caso, não teria que existir o “Z” dentro de uma área tridimensional para justificar a objetos em orbitam o buraco negro, mesmo não sendo considerada volume? Será que os formatos das galáxias sendo na maioria esmagadora quase que bidimensional justificaria essa teoria da bidimensionalidade dos buracos negros? Ví uma GIF animada do ESO uma tempo atrás que mostras estrelas orbitando o nosso centro galático no qual lagumas estrelas tem óribitas com diversas direções, pois se ele fosse bidimentsional como afirmam não teria como haver objetos orbitando ele em direções aonde não existe a referência “Z”? Nesse caso a força gravitacional no sentido “Z” ou não existiria ou simplesmente seria tão absurda que engoliria qualquer coisa em uma distância muito maior que nas coordenadas X,Y? Resumindo o buraco negro não deria redondo e sim achatado como uma folha de papel?
É algo que penso diariamente lendo diversos artigos sobre o tema e como sendo um total analfabeto nesse quesito me vem na cabeça diversas teorias baseadas no pouco que conheço sobre gravidade.
Como uma área pode ter força gravitacional sem ter volume, que o volume poderia ser interpretado como massa ou não? Porque para se ter massa tem que ter algum tipo de volume ou não?
Para finalizar um dia desses assistindo ao filme do Hawking em veio algumas imagens na cabeça com a relação da ejeção de energia em forma de raios gama, acho que essa forma de energia nem seque ultrapasse o horizonte de eventos já que se algo o orbitasse a velocidade da luz tudo que que atingisse esses objetos seria expelido em forma de algum tipo de radiação como a radiação gama, já que nada escapa ao “limite” do horizonte de eventos.
Me desculpem a grande questão e pela minha falta de conhecimento sobre o assunto, mas coisas que vem e que talvez possa fazer algum sentido.
Se passássemos o limite do horizonte de eventos como matéria, o que sobraria seria a essência energética ou transformaria a matéria em energia (holograma)?
Essência energética não quer dizer seja o que for.
A transformação da energia sob a forma de matéria para energia sob a forma de radiação existe numa simples lanterna a pilhas que se acende e nada tem que ver com o principio holográfico da Teoria da Informação, nem com a especulação recentemente refutada da versão holográfica da teoria das cordas para a estrutura do espaço-tempo.
Para lá do horizonte de eventos os objectos, as radiações e as leis desse regime são-nos desconhecidos.
As estrelas e as nuvens de poeiras cósmicas que orbitam os bn são de 3 dimensões, 4 até se considerar o tecido do espaço-tempo onde evoluem.
Os buracos negros não e 2 dimensões não implicam lados, sobretudo numa forma circular.
As galáxias não são em 2 dimensões, nem a maioria nem a minoria, não é nenhuma.
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“Ví uma GIF animada do ESO uma tempo atrás que mostras estrelas orbitando o nosso centro galático no qual lagumas estrelas tem óribitas com diversas direções, pois se ele fosse bidimentsional como afirmam não teria como haver objetos orbitando ele em direções aonde não existe a referência “Z”?”
Não. As estrelas que orbitam Sgr A* ( o buraco negro que viu nessa observação relatada no vídeo da ESA) orbitam como se orbitassem uma estrela, mas a velocidades vertiginosas, dado que esta estrela escura tem tanta massa num espaço tão pequeno (3,8 milhões de vezes a massa do Sol e apenas 17 vezes o seu tamanho) que este colapso, ou rasgão no tecido do espaço tempo se chama um buraco negro.
Não aplique eixos de cubos ou de quadrados geométricos no caso, aplique as simples leis de Kepler para os movienos orbitais.
Uma folha de papel pode ser achatada e redonda, esta é uma analogia mais funcional.
Massa não precisa de ter volume, um electrão tem massa e é descrito como uma onda ou como um ponto. Buracos negros não têm entropia de volume e são, como neste caso, super-maciços.
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A radiação de raios gama é luz e como tal viaja à velocidade da luz.
Ela é produzida porque as partículas de matéria se auto-aniquilam e emitem essa luz em altas energias.
Como vê há quem escape ao horizonte de eventos. Incluindo a informação sobre a velocidade de rotação do próprio buraco negro, a sua massa, emissões de rádio, de raios gama, de raios X (todas são luz), jactos polarizados e muito mais.
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Não tem que pedir quaisquer desculpas e não se considere ignorante. Fez muito bem em perguntar e colocou excelentes questões, muito obrigado.
🙂
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